A Outra Princesa - Denny S. Bryce
A história de uma mulher negra em busca de um lar, do amor e de sua identidade
A Outra Princesa, de Denny S. Bryce, é
um romance histórico que retrata a vida de Sarah Forbes Bonetta, uma mulher
negra que ocupa uma posição incomum na realeza britânica do século XIX, um
ambiente predominantemente branco e aristocrático. A narrativa segue a
trajetória de Sarah, uma princesa iorubá, desde sua infância traumática até sua
convivência na corte da Rainha Vitória.
Após a invasão de seu reino, Egbá,
Sarah é capturada e levada à Inglaterra como um "presente" para a
rainha. Essa transição forçada marca o início de uma jornada de perda cultural
e religiosa, ocasionando a imposição de um novo nome e identidade. Apesar
disso, Sarah luta para preservar suas raízes africanas enquanto se adapta às
rígidas normas da sociedade vitoriana.
Bryce constrói uma protagonista cativante
e multifacetada. Sarah é retratada como uma mulher inteligente e determinada,
que busca autonomia em um mundo que tenta controlá-la. Sua relação com a Rainha
Vitória começa com respeito e admiração, mas se torna conflituosa quando a
rainha intervém em sua vida pessoal, organizando um casamento que a leva de
volta à África. Essa viagem reacende traumas antigos e desafia a protagonista a
confrontar suas origens.
A autora habilmente combina elementos
históricos com um enredo envolvente, explorando temas como escravidão,
colonialismo, racismo, perda e pertencimento. A escrita de Denny é fluida e
evocativa, transportando os leitores para o contexto da era vitoriana. Os
cenários e personagens são ricos em detalhes, permitindo uma conexão emocional
profunda com suas jornadas.
Embora o livro seja, em geral, bem
estruturado, alguns momentos podem parecer repetitivos, e o final poderia ser
mais desenvolvido. No entanto, essas questões não comprometem a qualidade geral
da obra.
Recomendado para amantes de romances
históricos, A Outra Princesa oferece uma história poderosa baseada em fatos
reais. Sarah Forbes Bonetta, afilhada da Rainha Vitória, viveu de 1843 a 1880,
deixando um legado que desafia as convenções sociais e históricas.
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